O TEU TRABALHO NÃO É VÃO


Num campo tão grande,
Onde muitos ceifeiros trabalhavam,
Havia uma mulher que passava despercebida.
Vergada e com suas mãos calejadas,
Inclinou-se ainda mais e caiu de joelhos.
As espigas que estavam nas suas mãos tombaram e espalharam-se pelo chão.
Lágrimas corriam, aquentando o rosto gélido da ceifeira.
Ela cerrou os olhos ainda com mais força
E mais lágrimas quentes e pesadas caíram do seu coração.
Seus lábios tremiam de dor sem que palavra alguma proferissem.
Apenas ouviam-se soluços entre aquelas espigas que estavam por colher.
Ninguém sabia onde estava a pequena ceifeira,
No entanto chegou o Senhor da seara e deu pela sua falta.
Dirigiu-se ao lugar onde ela costumava labutar,
E de imediato conheceu o que ía no seu coração.
Então num gesto de profundo amor e intima compaixão,
Levantou-a e aconchegou-a a si.
Pegou nas suas mãos e nelas colocou as espigas caídas.
Olhou-a de uma forma tenra mas penetrante e disse-lhe:
Filha minha, minha serva, o teu trabalho não é vão.
Continua, persiste, pois espera-te um galardão.

Isabel Pereira
26/05/04

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