ESTE É O MEU PAIZINHO!

É hora...
Foi o Pai que a mandou chamar.
Ele quer estar com a sua filha e falar com ela.

A filha corre.
Largou tudo quanto estava a fazer e dirige-se para o Pai.
Mas ao chegar perto da grande sala,
Abranda os seus passos, dá um suspiro profundo,
Olha as suas vestes,
E não vê nada nas suas mãos...
Com toda aquela pressa não tem com que O presentear.
Então exita em entrar.

Entretanto, ergue os seus olhos,
E entre tantas vezes, contempla de novo aquela grande e pesada porta totalmente aberta.
Aberta?! Não. Mesmo muito aberta.
A filha tem a certeza que o Pai está à espera,
E certa do seu amor decide avançar.
O pé direito, é o primeiro a pisar o interior da sala.
Dá mais um passo e...
A filha não vê o Pai lá no fundo, sentado ou atarefado,
O Pai já estava ali,
Bem na sua frente,

Com o seu grande sorriso, e com os seus braços fortes e abertos,
Bem prontos a abraça-la e até mesmo a carrega-la.

Sem palavras, subitamente a filha refugia-se no peito do seu Pai,
Enquanto duas pesadas e quentes lágrimas segredam ao doce coração dele:
“Como sabias que estava a precisar disto? Ó Paizinho, mas hoje eu não te trouxe nada em minhas mãos.”

Então quebrando todo o silêncio,
E conhecedor do seu intimo,
O Pai ergueu o rosto da filha, olhou nos seus olhos com amor eterno,
E disse-lhe:
“Filha, mas trouxeste-me o teu coração!”

Aba Pai

De Isabel Pereira